Epidêmica, diabetes avança entre adolescentes

Doença cresceu 60% nos últimos 10 anos

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, um em cada onze adultos entre 20 e 70 anos é portador da diabetes. É justamente diante da grande incidência que a doença foi elevada como uma epidemia global. O Brasil abriga nada menos que 15 milhões de diabéticos, ocupando a quarta posição no mundo, com um crescimento de 60% nos últimos 10 anos. “Os dados são da OMC, que também mostram que 50% dos portadores nem imaginam que possuem a doença”, explica a endocrinologista do grupo Sobam, Andréa Brandão Tonelli.

De acordo com ela, antes presente de forma mais relevante em indivíduos acima dos 50 anos, a diabetes atualmente tem aparecido com cada vez mais frequência em adolescentes. “Sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados e mudança de hábitos tem produzido uma geração sob medida para que a diabetes se instale”, explica. De acordo com a médica, a falta de atividade física e a má alimentação quase sempre provocam a obesidade, que por sua vez acelera o aparecimento da doença.

“Uma vez que a diabetes pode levar à cegueira, hemodiálise, amputações e doenças cardiovasculares, dá para imaginar o impacto que a doença pode causar sobre o sistema de saúde daqui a 10 ou 20 anos, caso nada seja feito”, alerta. Andréa também explica que a enfermidade já aparece em terceiro lugar entre as maiores causadoras de óbitos. “Em primeiro lugar está a pressão alta, depois do tabaco e por fim a diabetes”, diz.

Apoio e novos medicamentos

Se antes o tratamento da diabetes era centrado em controle da glicemia, atualmente os médicos optam por uma abordagem muito mais ampliada. “É preciso mudar fundamentalmente os hábitos, abandonar o sedentarismo, iniciar uma alimentação saudável e saber que ao controlar de forma eficaz a doença o paciente terá uma vida absolutamente normal”, explica a médica, que faz parte da equipe da medicina preventiva da Sobam. 

“Temos aqui na Sobam o grupo Hiperdia, formado por uma equipe multidisciplinar que atua para auxiliar o paciente a iniciar hábitos saudáveis com a inclusão de práticas esportivas e alimentação saudável, elevar a conscientização sobre essa enfermidade e manter o controle efetivo da doença”, diz.

A médica também aponta para o grande desenvolvimento dos novos medicamentos que atuam diretamente sobre a doença. “Novas classes de remédios trouxeram grandes benefícios com efeitos colaterais muito baixos ou até mesmo sem eles”, diz, explicando que também há novidade em monitoramentos glicêmicos, e até mesmo vaporizadores que atuam como aliados ao combate da doença. “A prevenção é fundamental, a descoberta precoce da doença super importante e o combate está cada vez mais eficiente’, conclui a especialista.

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